Lembro-me dos dias,
das horas,
de todos os momentos.
Lembro-me do cantinho favorito,
onde você guardava cada coisa.
Lembro-me do alvoroço que era,
se eu tirasse cada coisa do seu lugar.
Lembro dos sorrisos sem motivos,
e das brigas também.
As coisas sem motivos são as que mais motivam muita coisa.
Mas passava.
Lembro-me das promessas,
algumas realizadas,
outras não ditas.
Outras porém não prometidas, e realizadas.
Lembro-me dos vícios de linguagem,
dos tiques, dos detalhes, dos olhares,
das mãos.
Lembro-me das plantas regadas a noite,
e que pela manhã, as gotas de orvalho voltavam a regar.
Lembro-me dos cheiros das comidas,
umas boas, outras experiências,
mas enfim, comidas.
Lembro-me dos passeios,
dos comentários,
dos pecados,
e das zombarias saudáveis,
coisa de quem não tem mais o que fazer.
Lembro de cada vontade,
cada saudade, cada vitória,
cada fracasso, e cada aprendizagem.
Lembro-me de tudo.
E tudo me lembra você.
Aqui, sentado a noite,
com minhas lembranças,
espero a morte, para outro dia te ver.
Poetíssima em 16/04/2009
16 de abr. de 2009
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4 reações:
Lembro-me, lembro-me, lembro-me...
Como é bom envelhecer sem caduquices!
Ai de mim!
Beijos vermelhos...
Eu NÃO tenho seu talento
Invejo vocês e seus lindos blogs...
lindos, lindos
cheios de VeRsoS e textos bem escritos.
eu definitivamente NÃO tenho poética em mim...
BJOS E BELO BLOG...
Como é bom envelhecer com uma boa memória.
Tá perfeito.
O melhor poema, totalmente.
Bom seria se ele não lembrasse.
E envelhecesse, talvez menos feliz.
Ou não.
Apesar disso, é bom lembrar. Lembrar para saber que um dia pode-se esquecer.
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