20 de mai. de 2009

Uma Noite No Paraíso

No escuro da noite,
ele me vem.
E ficamos os dois, nos dois, nós dois.

Nem bate mais na porta.
Já tem a chave.
Entra quando quer,
pega qualquer cd e põe pra tocar.

Escolhe a música,
percebo sua presença e me deixo no armário.
No mais, sou tua.

De todas as tuas fomes,
a de nós dois é maior.
Entra em nosso quarto,
me leva travada em teu corpo,
ardente, mortificador.

Como não render-se?

Ao toque na nuca...
Ao sorriso no sorriso.
As palavras ao pé do ouvido...
As mãos que sobem
e descem numa dança aliciante...
aos beijos molhados de futuras intenções.

Dentro do quarto,
no teu laboratório,
estuda-me.

Mapeia todo objeto da pesquisa,
estuda-o de perto...
de cima,
de baixo,
de lado...
Adentra pelos meios e me toma.

Como não render-me?

Tuas mãos tão masculinas,
pousando-me no nosso leito,
mas nosso do que meu e teu,
me afagando,
me prendendo,
me deixando sem saída...
como se eu precisasse dela...

Todas as nossas loucuras...
todos os teus gemidos,
todos os nossos desejos, realizados,
a noite é uma criança,
nascendo de nosso delírio.

E... ainda melhor que nossas noites,
são as manhãs...
sempre acordadas do teu lado...
com o cheiro de nós dois,
em todo o quarto.

2 reações:

Davi Machado disse...

Bravo!!!!!
Nossa, nem sei como comentar, perdão pela timidez, mas este poema... Jesus! Ai, tem nada com Jesus este poema... rsrs
Tanto desejo, libido, fome, cede.
E bem escrito, muito bem escrito por sinal, não pude evitar de ver todas as cenas, perdão!

abraços!!

D.Machado

Unknown disse...

Lindo...

Adorei esse poema... me fez sentir de um jeito que só você sabe fazer... esse desejo, essa sede...de um jeito que a muito tempo eu não sabia como era me sentir...