29 de nov. de 2011

Mais Mulher...

 
Me sinto mais mulher,
quando sei que está próximo o nosso encontro.
Me sinto mais mulher,
quando sei que queres me ver,
tão quanto quero estar em tua presença.
Me sinto mais mulher,
quando estou a minutos do teu abraço.
Me sinto mais mulher,
quando, enfim, abraça-me e eu te envolvo,
fugimos do mundo, entramos no nosso espaço. 

Me faço mais mulher,
quando olha-me e sei que despe-me no olhar.
Me faço mais mulher,
quando toca-me e eletriza-me o corpo.
Me faço mais mulher,
quando beija-me e funde nosso espaço em um só.
Me faço mais mulher,
quando sinto todas as tuas carícias a me envolver.
Me sinto mais mulher,
quando não me permites respirar,
no fogo ardente de nossos momentos. 

Me sinto mais mulher ao teu lado.
Me faço mais mulher com você.
Me sinto mais sua a cada abraço.
E, quero ser mais tua a cada amanhecer.



27 de nov. de 2011

Espera-me...


Espera-me, ó coração lascivo.
Reclamo-te,
meu pensamento busca o teu,
por um minuto fico presa na eternidade.

Somos astros distantes,
Que se encontram por vezes,
Nas órbitas escuras e inabitadas.

Flores ao meu redor,
rememoram-me teu cheiro,
acometidos um no outro,
meu sonhas relembra nossa respiração.

Olhos nos olhos e o corpo se perde,
se pede, se lança,
numa dança, por nós herdada,
pelos nossos ancestrais.

Todos os toques de tuas mãos,
todos os olhares fugidios teus
arrepiam-me a alma.

Sim, eu quero-te.

Espera-me, ó coração lascivo.
Quero-te como meu senhor,
Quero afagar-te em meus ninhos,
Quero-te como meu amor,
por estranhos descaminhos te desbravar.

Se minhas palavras não te são em si
força e ternura,
aguarda-me!

Farei com que meus atos e minhas atitudes
Indiquem, provem, rasguem em ti o que sinto.

Sim, eu quero-te.
Aguarda-me!
Espera-me ó coração lascivo.
[2008]




24 de nov. de 2011

Noites Ensolaradas


Nossas noites,
sem luar, sem lua,
de sol, pois sim, de muito sol.
Quentes.

Noites latentes,
que latejam e pulsam,
prolongam, vibram,
ensolaradas.

Isto não é um soneto,
mas fala de amor,
e de fogo, de calor,
de noite, sem lua e com sol.

Noites ensolaradas.

Seus raios luminosos,
e quentes,
percorrem-me o corpo,
toda noite, desde quando te vejo.

Seus olhos me tocam,
Seus sorrisos me tocam,
Suas palavras me atravessam,
Seus pensamentos me incendeiam,
E, suas quentes mãos me conhecem...
Sempre mais.

Todos os prazeres,
néctar de rosas perfeitas e intocadas,
estão no vazio salivante de teus lábios,
quando encontram os meus,
quando me transitam,
quando em mim transitam.

Doce recompensa o regozijo doce do teu olhar.

Que me inflama,
me inspira, incentiva,
a querer mais,
a ensolarar o sol de nossas noites.

Tornar-te ardente
e me fazer ardência,
calor, desejo, suor.

Nem todas as noites,
nem todos os amantes,
são feitos de sol,
ardência, latência, volúpia, prazer e suor.

Mas nós somos
nossas noites são
nós noites somos.

Noites sem lua, sem luar.

Noites de sol, com sol,
ensolaradas.

(2008)

20 de nov. de 2011

Convite

Venha cá,
e não faça cara de quem não entendeu.
Venha, vamos...
Se queres morder meus ombros
o faça logo, quem sabe é gostoso?
Deve fazer cócegas e doer só um bocadinho.
Venha e não se demore por demais,
de alguma forma essa sede me consome,
máta-me o que me mata...
Na surrealidade dos teus desejos,
me banharei, como as gotas da chuva,
que se enamoram do vento,
e ele as carrega para todos os lugares,
tempestando-me por dentro.
Preciso pedir mais? Vem logo,
larga essa preguiça de lado e para de dormir,
só um segundo, te juro...
os outros minutos e horas, 
eu te convecerei a doar...
Vamos sair pela chuva, feito loucos,
e permitir que o nosso suor se misture,
que os sons das folhas 
se enamorem dos nossos gemidos,
Vamos querer mais de duas coisas 
de uma só vez...
Vamos falar de nada
achando que sabemos tudo...
Tem inspiração suficiente para uma paixão avassaladora e fantasiosa?
Agora, sem me delongar mais... venha...
medroso ou sonhador...
baiano ou carioca...
possessivo ou desnorteado...
venha logo, vem sem demora...

19 de nov. de 2011

Suspiros

Seus olhos
em meus olhos, suspiros.
Seus lábios
em meus lábios, delírios.
Sua pele deseja a minha,
tão quanto desejo você.
Minha alma
em seu corpo, caminha.
Sua alma em meu corpo, prazer. (2006)

14 de nov. de 2011

Menstruação


Floresceu,
Nasceu em meio às rosas
Cor-de-rosa, a nova púrpura,
Surgiu, apareceu, deflorou
A flor mais rubra.
Rachou e estremeceu
A inocência cor-de-rosa.
Dorme a menina
E acorda a mulher,
Dona e rainha de toda prosa.
Nem o rasgar do sol no céu,
Provoca tanto temor...
Temos aos homens,
Somente a eles,
Que preferem a desflorecida, 

Cor-de-rosa e franzina.
Tem medo
[e muito medo]
Da mulher
Flor de açucena
De punhal na mão
Sangue na fenda,
E adormecida menina.
Depois de nascida
Em meio a muito dormir
Não volta às antigas.
Rasga e sangra os meios
Para ter vida.
Descobrir o mistério do cosmos,
Da matéria do mundo, jamais lida.
Menina depois de mulher,
Não é mais menina. 
(2007)

13 de nov. de 2011

Classes Gramaticais



Perco o substantivo
razão perto do
pronome tu,
fica tudo
adjetivamente lindo
quando numeralmente
estamos os dois juntinhos,
só há artigalmente
um verbo entre nós
o amar.
Interjeito-me: Ah!
como amo
adverbialmente muito
o pronome você.
Prepositivamente
não me conformarei
se, conjuntivamente
te perder. 
(2003)