25 de abr. de 2015

E o problema.


O problema é que estou há muito tempo operando no vermelho. No limite. Não adianta perguntar qual é o problema. Para quem está imerso, tudo é o problema. Nessas horas, nem as palavras se ousam a sair para fazer poesia. Não adianta buscar na história, consciência e inconsciência, de que importa? O essencial está tão dentro que não se revelará. 

O problema é que não se está bem. E nem adianta dizer que está só pra constar. Nem essa mentirinha cotidiana vale. E não adianta mais conversar com as pessoas. Você fica tão cansado de si mesmo que não quer nem verbalizar as possibilidades do que é o problema. Só se sabe que naquele dia, você acordou com aquela sensação de que nada vai se resolver e que o mundo está prestes a ruir aos seus pés, e que se ele ruir não seria nada mal, pois sumir talvez fosse uma oportunidade, não um sacrifício.
Há dias na nossa vida, em que só queríamos um abraço. Que nos tirasse de nós mesmos para um passeio e nos deixasse em paz interior. Há dias na nossa vida que todos os nossos problemas resolvem fazer uma reunião e nos sufocam a alma, a calma e a paciência. O silêncio alarda no interior e tudo que você queria era não ser você, pelo menos, por um dia. A culpa parece de todo mundo. As lágrimas nem querem descer, cansaram. A respiração fica difícil e o calor aumenta. Ou o frio?! Pouco importa. O vento da vida sopra o seu baralho da existência bem na hora que você estava distraidamente construindo um castelo com as cartas, e tudo que sobra é uma bagunça, que somente você pode arrumar, mas falta a motivação, por mais que haja a necessidade. Falta você. E você saiu de férias para o nada. E o nada não é legal. É tudo um grande caos. O problema é tudo. Tudo é o problema.