Estou aqui, sozinha, em meu quarto.
Chove lá fora.
E seus braços não estão a me aquecer.
Te ligo. Ligo, ligo, ligo, ligo...
O telefone toca...toca, toca, toca, toca, toca.
Você não atende.
Gostaria de saber onde pensas.
O que teus braços aquecem,
senão eu, senão meu corpo.
Os meus sentidos clamam tua pele.
Minha respiração quer teu cheiro,
teu respirar ofegante junto ao meu.
Meus dedos querem desalinhar teus cabelos,
minhas unhas querem marcar tua carne.
Meus ouvidos querem ouvir teus gemidos,
tuas mentiras doces de amor, teus sorrisos,
sentir teus lábios provocantes,
me causando arrepios por todo corpo.
Meus olhos querem ver tua face,
tuas mãos, teus delírios, teus sentidos sentindo.
Meus olhos querem olhar nos seus, e ver a cor deles.
Meus lábios querem sentir teus beijos,
molhados, sedutores, aliciantes, mordidos.
Minha boca deseja sentir-te, por inteiro,
te provocar, descansar as mãos, acariciar-te, seduzir-te.
Minha pele inflama, só em pensar no suor da tua, compartilhado.
Meus poros querem teu suor, querem nosso calor.
Minhas pernas querem aquecer as tuas,
entrelaçar-se.
Meus braços querem te afagar, apertar-te, envolver.
Meu corpo inteiro te quer,
te deseja, te procura, te reclama.
Minha fenda quer sentir-te quente,
cada vez mais perto, perto e perto, até estar dentro, umideça-me.
Te ligo. Ligo, ligo, ligo, ligo...
O telefone toca...toca, toca, toca, toca, toca.
Você não atende.
Ainda continua chovendo.
Meu corpo quer chama, te chama, me queima.
Te ligo, ligo, ligo...
Você não atende.
Eu e meu corpo queremos você com todos os teus sentidos aqui, em mim.