2 de nov. de 2009

Dá-me os pés?

Nos conhecíamos há pouco tempo e ele nunca tinha me pedido isto. Estávamos conversando num barzinho, namoradinhos apaixonados conversando coisas do cotidiano, com olhares convidativos para outro lugar. Fomos para a minha casa e ele me colocou contra a porta ao fechá-la, nunca o vi com tanta fome. Beijou-me arrancando-me as roupas como se eu fosse lhe fugir em segundos. Deixei-o saciar-se de mim... E ele estava completamente sem pudores... Invadindo minha blusa com suas mãos, arrancando meus seios do sutiã e tocando-lhes, apertando, com vontade... Mordiscava meus lábios como a uma fruta doce da estação... Roçava seu corpo contra o meu, fazendo-me perceber todos os índices de que eu não deveria negá-lo, nem por um segundo. Olhou-me penetrantemente nos olhos como se me pedisse para irmos para o quarto, sem fôlego eu respondi com palavras: 'Devora-me.. ' Ele me carregou nos braços e fomos para o quarto. Olhou-me como a uma presa, com tesão. Tirou a camisa e jogou-se contra mim. Senti seu corpo e notei que ele já tinha me despido por completo. Num súbito.. afastou-se de mim.. arrastou-me na cama e ajoelhou-se próximo a mim.. pensei que ia se embrenhar pelo meio de minha fenda, para desaguar-me em tua boca, mas, olhando-me.. meio tímido, pois era a primeira vez que pedia, sussurrou: 'Dá-me os pés?'. Eu, sem entender, mostrei-lhe um deles... Ele pegou, ergueu próximo ao ombro e começou a passar seus lábios dele... beijáva-os.. passou-lhe a língua, e, confesso a sensação foi indescritível.. a ponto da lembrança não me deixar mais escrever...

26 de out. de 2009

Supermercado [versão dela e dele]


[versão dela]

Eu estava fazendo minhas compras com aquela vontade louca de preencher os armários, até que ele chegou, na mesmo área em que eu estava: verduras. É engraçada a cara de homens que não sabem escolher verduras. Ele estava com carrinho cheio também, parecia mais um solteirão que não tinha mais mamãe para fazer as compras, exatamente como eu. Trocamos olhares algum tempo e eu ri por ele estar pegando várias cebolas ruins. Interessante como nada naquele supermercado era muito selecionado. Ele ficou com cara de interrogação e eu me aproximei. Olhei para as cebolas e lhe disse o motivo do meu riso. Ele também riu e pediu ajuda... conversa vai, conversa vem, começamos a nos ajudar no supermercado e os olhares se tornaram convidativos. Dois solteiros fazendo compras sexta pela noite? Nossa... convidativo, não? Fomos para o caixa. Eu passei minhas compras primeiro e entrei no carro. Ia esperar ele, mas decidi seguir viagem... O celular tocou e parecia um motivo de eu poder esperá-lo. Logo ele estava no carro dele e nos cruzamos na saída do estacionamento. Ele fez cara de me siga, mas, depois do primeiro sinal, eu fui para a esquerda, ele para a direita...


[versão dele]

Eu não estava tão perdido assim. Mas me fiz de bobo para ver se ela que tanto escolhia verduras era solteira. Me fiz de desentendido, pois na verdade moro só faz um bom tempo. Ela sorriu quando eu coloquei de propósito cebolas ruins na sacola. Ela se aproximou. Pensando ela que me daria aulas... Adorei. Ela era gentil e simpática. Perfeita para uma sexta à noite. Gostei dos cabelos compridos dela. Engatamos uma conversa gostosa. Eu estava investindo no olhar, principalmente depois dela ter correspondido. Conversamos sobre tudo e ela foi colocar as compras no carro. Parecia que a noite não teria fim... Eu sabia que ela ia me esperar. Eu a esperaria. E, foi dito e feito. Ela leu meus pensamentos. Eu já estava pensando em que lanche faria para supreendê-la. Na saída, trocamos olhares e eu sustentei para que ela me seguisse. Mas, no primeiro sinal ela seguiu outro caminho... Por quê? Teria sido tão bom...

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22 de out. de 2009

Quero mais.. #


Foste embora, por quê?
Deixa o trabalho de lado,
só hoje, por favor...
Ainda preciso de você aqui...

Minha sede ainda não acabou,
não estou cansada... quero mais!
Quero mais de tua sedução,
de tua ousadia e de tua fluidez.

Quero mais, volta...
Sou mulher de muitas noites,
não de uma noite só,
quero mais... quero de dia e de tarde!

Não consigo dormi sem carinho,
não entende? Ainda não entendeu?
Volta... te farei meu escravo...
E serei sua escrava quando quiser...

Preciso da coisa face a face...
quero a coisa fluindo,
quero a coisa de perto,
quero você dentro de mim...

Volta, vai...eu suplico...
faço o que você quiser...
Volta, vem correndo,
vem me fazer mulher...

21 de out. de 2009

Convite atrevido #

Vem...
vem me mostrar o paraíso,
que você me prometeu.

Vem...
vem que estou é precisa,
de mil beijos teus.

Vem...
vem que minha pele fica fria,
loucamente quer te ter.

Vem...
vem que minha vontade pervertida,
quer te perverter.

Vem...
vem que minha cama está vazia,
vem a nós preencher.

Vem...
vem que nossa noite vira dia,
vem me matar de prazer.

Vem...
vem me mostrar teus delírios,
vem correndo, vem me ver.

20 de out. de 2009

Poema apaixonadinho..#



Ele chegou, e trouxe com ele o sol.
O calor que me faltava nesse inverno,
acertando minha temperatura,
que a muito andava desregulada,
sofrida, calada e fria, pálida.

 

Ele chegou organizando as idéias,
pondo a casa em ordem e simetria.
Ele organiza cada cantinho,
cada pedaço do meu todo.

 
Ele chegou sorrindo,
me desconcertando e deixando-me vermelha ...
Diz-me coisas de amor ao ouvido,
naquela voz nossa, próxima,
viva dentro de nós dois.

  
Ele chegou, e com ele o sol veio,
e virá todos os dias,
iluminando esse inferno, essa loucura,
enquanto ele estiver aqui.


16 de out. de 2009

Poema de uma jovem entediada #


Tirei férias de mim, de todas.
Todas quantas sou precisam descansar.
Estou na mais perfeita desordem.
Tudo em mim congestionou.
O espelho nem me revela mais.
Os meus olhos fugiram.
Todas que sou levaram cada um o seu.
E isso pode ser bom, pois não verei o mundo.
Que anda mais caótico que eu.
Estou como uma folha seca caída de uma árvore,
não sei onde posso pousar,
cair, despencar, sentar, assentar-me...
Sem a preocupação de para que lugar serei arrastada.
Quero poder ter esse momento e saber que posso voltar,
ou que todas nós voltaremos,
não de uma vez, mas cada uma a seu tempo...
Estou de férias de mim, ao meu amado, um terno abraço,
daqueles quentes como o sol, e agradáveis pelo nosso laço.

24 de set. de 2009

Vinhos, olhares e poesia...#


Conhecemos-nos numa mesa com amigos, numa noite em que não se esquece. Todos poetas ou músicos, o que tornava a conversa intelectualmente agradável. Sentia-se volúpia nas palavras. Ninguém tinha dono. Olhares flamejantes dentre algumas taças de vinho. Declamavam-se poesias em que as palavras despiam-se a olhos nus. Num lance de olhares, percebi o dele. Insólito ele estava me fitando já tinha muito tempo. Estava na mesa, mas não o tinha reparado como agora. Ele roçou a perna na minha e, eu, naquele momento, a ele pertencia. Fitei-o. Ele depositava a taça de vinho sobre a mesa e olhava a porta do lugar como se me convidasse... Eu sorri e naquele instante tínhamos marcado a saída. Ele despediu-se de todos e ninguém esperava que fôssemos sair juntos. Riram e desejaram uma ótima noite com aquele tom descarado na saudação. Entrei no carro e as bocas não falaram... Um som aliciante deixava o clima numa tensão sem igual. Tensão no sentido de excitação, no sentido de loucura. Levou-me para casa dele. Foi cavalheiro, mas logo depois foi homem. Puxou-me a nuca e me beijou mordiscando meus lábios enquanto suas mãos se embrenharam em minhas coxas adentro. Puxei-lhe a camisa e ficamos despidos em questão de segundos. Atracou-me no sofá e deslizou a língua pelo meu pescoço, meus mamilos, meu umbigo, deixando-me trêmula, enfiando toda a língua pela minha intimidade de mulher sem pedir-me licença. Aquele silêncio de palavras e conversação de gemidos me deixou incendiada. Pôs-se em pé, de frente para mim e abusou de minha boca... Marquei-o de batom... Para sentir-lhe o gosto de todo o corpo. Penetrou em mim me dizendo coisas ao pé do ouvido... Sôfrega não media esforços para satisfazê-lo em todas as posições inusitadas as quais me submetia e me entregava facilmente. Gemidos arranharam a casa. Suamos e nosso suor perfumava o ar com cheiro de prazer... Descansamos um tempo olhando um para o outro, sem dizer uma se quer palavra... Quando menos imaginei, começou tudo outra vez...

22 de set. de 2009

Primeiro Contato [versão dela e dele] Participação de 'Olecram'..#


[versão dele] Feita por:
'Olecram' do blog P A L A V R I N H A S
Veio de súbito, a emoção do de repente afunda minha mente, o olhar não mostrou apenas o que queria e mostrou um futuro, algo a mais a ser partido entre eu e ela.
Tudo de mais brilhante, e o melhor é o mistério, aquela doce criatura não se aproximou com seu corpo quente e ausente, mas sim com seus olhos pedindo carinho, pedindo o que eu queria dar pelas cercadas escuras daquela noite de sexta, noite de despedidas e novas experiências partidas, feliz e mais completo de forma escaldante com a aproximação que não esperava da parte daquela que me deixou tonto e sei lá mais homem, ser humano como pleno poder da visão, oh que sensação!

[versão dela]As primeiras instâncias de uma comunicação. Algo do inesperado mais buscado naquele instante. Instante de muitas perguntas tímidas e curiosas, gritantes, querendo saber. Sorrisos, coincidências, palavras, pequenas, tão dele, tão minhas. Ternura. Doces palavras... Palavrinhas! Planos no inconsciente inconsistente da mente. A busca do carinho, do toque ausente presente no ser. Doar-se com palavras, com sentidos, com agonia. Agonia de querer estar perto e demiti-las, de vez, as palavrinhas. Aquele contato... delicioso, como a sensação boa de um sorriso...

12 de set. de 2009

Lembranças Daquela Noite #


A cama ainda tem o nosso cheiro... Cheiro de corpo, de desejo, de mãos, de pernas, de tesão, de gozo, de prazer. Parece que não vou me concentrar em nada... Por que ele tinha que ir trabalhar?! Queria mais... No horário do almoço eu recebi flores: lindas, vermelhas, perfumadas. Sabia que eram dele. Olhei o cartão, estava preso a um embrulho muito bonito, também vermelho. No cartão tinha uma ordem: 'Venha me ver no trabalho, no nosso carro, vestindo o seu presente, sairei mais cedo'. Abri o embrulho. Suspirei. Respirei fundo. Eu ri! Que safado! O que ele queria... tola eu se perguntasse. Corri ao quarto e comprovei o quanto ele conhece meu corpo. E que perfeição em escolher algo para realçar minhas curvas. Safado... Tomei um banho maravilhoso e aceitei o desafio. Ele queria ver até onde eu iria com aquele jogo... Ele adora me provocar. Pintei as unhas de vermelho. Passei batom: vermelho. Ele queria, ele teria. Coloquei um casaco e fui ao seu encontro. Ele pensava que ia ficar no carro esperando... Meia hora e resolvi subir ao escritório. Ele me olhou e pediu que eu esperasse. Sorriu. Safado. Abri o primeiro botão e deixei ver um pedaço do presente que ele havia escolhido. Ele não estava se contendo aos risos. Os outros advogados no local já tinham percebido. Um deles aproximou-se e disse que ele poderia ir que todos segurariam as pontas. Todos sorrimos. Fiz sinal que o esperaria no carro. No carro, tirei o casaco. Menos de cinco minutos ele desceu. Entrou no carro, no carona, esbaforido. Me olhou e sorriu com cara de safado apertando minha coxa. Dei partida e começamos a pesquisar o motel mais próximo. Não dava para esperar chegar em casa. Ele apertava minhas coxas... passava a mão por minha calcinha, me provocava. Eu olhava-o com desejo, ele respondia: 'olho no volante'. Sedutor. Acariciava meus seios... queria-me louca! Chegamos e entramos no motel. Estacionado o carro saí como estava. Os outros casais nos olhavam e nós não ligávamos. Ele me olhou como se me devorasse. Apertou-me contra seu corpo e abriu a porta. Foram muitos beijos. Muitos amassos. Ele me lambeu o corpo inteiro. Sugou meu néctar. Vibrei e tremi com sua boca me salivando... O provoquei. Provei de seu corpo. Arranhei-o. Mordidas. Gemigos. Idas. Vindas. Pernas. Mãos. Braços. Gemigos. Suor. Tesão. Prazer. Gozo... Satisfação. Saímos de lá quando a madrugada já avisava o novo dia. Em nossa casa, banhos... Carícias. Quantas e quantas lembranças daquela noite...

6 de set. de 2009

Saída Do Toalete [versão dela e dele]


[versão dela]


A inauguração daquele restaurante estava bombando. Comida boa. Bebidas agradáveis e exóticas. Espaço bem divido. E, gente, aparentemente, interessante. Quando soube combinei com as amigas e fomos todas. O balcão estava lotado, sorte nossa termos achado mesa, apesar de eu preferir o balcão. Acredito ser mais descolado. Cada vez mais chegando gente e eu com aquela necessidade feminina de às vezes me olhar no espelho. Coisa nossa, eles nunca vão entender. Mas, nem sempre as amigas estão interessadas em ir junto. Quem disse que mulher sempre vai em comitiva ao banheiro?! Bem, eu queria retocar a maquiagem, fui. O banheiro estava ótimo. O espelho era imenso. Espera até eu contar isso a todas, virão correndo. Retocada, saí. Entretanto, um detalhe negativo [ou não] das portas dos banheiros: elas abrem uma de frente para outra, e, por ironia [ou não] me bati com um homem na saída... Engraçado que, já tinhamos trocado olhares no restaurante. A mesa dele estava de frente para a minha e das minhas amigas. Ele estava com uma mancha na camisa, e agora tinha dado um jeitinho. Mulheres... detalhistas. Ele me olhou de cima a baixo e me saudou com um boa noite acompanhado de um belo sorriso. Eu não estava nem um pouco desinibida, respondi. Me achei ousada. Deve ter sido a vodka. Ele beijou minha mão e me puxou para um canto, perto de uma planta e uma janela. Agarrou-me, beijou-me, mordeu minha orelhinha, passou a língua no meu pescoço, passou as mãos na minha coxa, roçou seu corpo ao meu e eu perdi a conta dos acontecimentos... e tive de ir no banheiro novamente retocar tudo. Trocamos números de telefone. Voltamos as mesas. Sorrimos a noite toda um para o outro. Ele saiu mais cedo... acenou um tchau tímido, depois de tudo aquilo?! E, pela tardinha, para não parecer oferecida, ligo para ele.

[versão dele]

Estava voltando do trabalho e o pessoal falou de um novo lugar. Sexta, homem solteiro, que mora sozinho, não tem hora para chegar em casa... Eu estava com fome e quando cheguei ao local a comida estava num cheiro maravilhoso. Antes, de tarde, comi um cachorro-quente que me fez mal e uma bela mancha na camisa, mas lá, se achasse alguém interessante... eu tiraria a mancha, claro. Jantamos. Conversamos. Bebemos. O lugar estava badalado. Algumas mulheres sentaram-se na mesa próxima a nossa. Alguns eram casados, mas, mesmo assim flertaram, coisa de homem. Estavam trabalhando até tarde naquele dia, para suas mulheres, claro. Ninguém ia passar de flerte. Uma em especial tensionava o olhar para mim, e eu para ela. A mancha estava incomodando e eu fui ao banheiro. Ela ficou menos visível. Na saída, propositalmente me esbarrei em uma mulher... Qualquer uma que saísse do banheiro seria bonita, pois não vi nenhuma que não valesse a pena enquanto estava na mesa. Esbarrei e era ela. Incrível... não aguardei muito... ela tinha retocado o batom. Vermelho. Meu signo é touro. Touro gosta de vermelho e vai atrás. Agarreia-a próximo ao banheiro. Beijei, abracei, minhas mãos tatearam seu corpo... e ela não ficou atras... me apertou, mordeu, arranhou minha nuca... e me deixou louco. Enfim, respirei, peguei o número dela e voltei a mesa. Trocamos mais e mais olhares... tinha que ir, alguns não poderíam trabalhar até tarde assim... espero que ela me ligue... Caso não ligue, a noite a convidarei para jantar...

3 de set. de 2009

Mais Que Amigos ou Acontecendo...






Vocês sabem da história deles.

Então, continuando....



Ela chegou em casa arrasada, mas feliz. Os lábios parecia chorar a falta do beijo. Tocava os lábios com saudade do beijo que ainda não sentiu. Ele chegou em casa com raiva. Pela primeira vez, desejou não ter amigos. Ele pensou nela. Ela pensou nele. Os dois pegaram o telefone, e, num átimo de loucura ligaram os mesmo tempo e estava, lógico, ocupado. Ele pensou que ela tinha outro. Ela pensou que ele tinha outra. Frustração. Ligaram de novo, dessa vez, a linha cruzou... 'Alô'... ficaram mudos. 'Só liguei pra desejar mais uma vez boa noite, ele disse, seu telefone estava ocupado, eu estava ligando, ia desistir..' Ela riu. Ela explicou. Eles riram. Despediram-se. Mas eles não se desligaram um do outro. Ainda não era meia noite... Ele estava enlouquecendo. Olhou a lua. Viu a janela dela, a luz ainda não tinha se apagado. Saiu e foi lá. Estava louco. Não pensou em mais nada... Não teria mais amigos. Nem os pais dela. É o amor... ele é arriscado. Jogou uma pedra... duas.. três.. ela apareceu de toalha. Estava no banho. O coração dela só faltou se jogar nos braços dele. Correu e vestiu qualquer coisa e desceu. A respiração parecia que ia ganhar o ar, os olhos se encontraram. O juízo retirou-se e, enfim, ele a tomou nos braços, afagou-lhe os cabelos e a beijou com intensidade. Ela não recusou e nem podia. Os pais foram dormir. Toda rua dormiu. Eles estavam acordados e eletrizados num beijo que parecia não ter fim... cessou-se o beijo e caçaram o ar em volta. Olharam-se e riram num abraço que nutria a saudade ainda não sentida. Despediram-se naquela noite. Não desligaram-se um do outro. Não dormiram direito. Precisavam do novo dia que ia nascer para continuar acontecendo.



Att: Não costumo fazer post com continuação, mas já que minha irmãzinha Bia deu a idéia, está aí! Cheiros maninha!

27 de ago. de 2009

Mais Que Amigos ou Faltando Pouco Para Acontecer


Eles já se conhecem faz tempo. Diziam todos os dias que eram os melhores amigos um do outro. Ele sabia o que ela mais gostava em relação a comidas. Ela sabia o que ele detestava em relação a mulheres. Ele sabia qual era o perfume preferido dela. Ela sabia qual era a praia predileta dele. Ele sabia qual o ponto fraco dela. Ela sabia o que o tornava mais forte. A família de ambos já sabiam que eles foram feitos um para o outro. Os amigos comentavam. A cada segundo eles sentiam, definitivamente, eram mais que amigos. Ele chegou do trabalho. Ela sabia que ele tinha chegado; mandou uma mensagem pro celular dele comentando de um filme estreando no cinema. Ele respondeu convidando-a para assistir. Ela sorriu. Ela respondeu. Ele leu, sorriu e foi tomar banho. Depois do banho, ele deitou na cama; pensou nela. Ela estava pensando nele. Cinema: os dois chegaram meia hora mais cedo. Eles ficaram vermelhos. O filme começou; meia hora de filme... Eles estavam estáticos. O pensamento não estava no filme. De repente, ele pega a mão dela... e põe uma balinha de morango. Ela ri. Ele ri. Está na cara que aquele filme estava sobrando. Saíram os dois de lá. O fim do filme?! Ah, deixa pra lá... Na pracinha eles se olharam. O ar não cabia nos pulmões. Os amigos chegaram. Começaram a conversar. Não se perceberam demais. E, naquela noite, ele levou ela em casa, sabendo os dois que estava faltando pouco para acontecer...

25 de ago. de 2009

Rotina


Acordar,
higienizar,
comer,
trabalhar,
trabalhar...
Voltar,
tomar banho,
comer,
assistir,
dormir.

Deus me livre disso..
Quero amar!

14 de ago. de 2009

Sim, Eu Quero



Sim, eu quero,

quero aquele olhar seu,

penetrante,

me olhando como se me conhecesse.

Sim, eu quero,

quero que me ligue,

que me procure,

que me deseje,

que me ame, que me dê prazer.

Sim, eu quero,

quero que me tome pela mão,

beije-a e diga que são lisas,

que são seda pura,

que são macias e gostosas,

com aquele sorriso no canto dos lábios,

aquela coisa de safado,

aquela coisa só sua,

ou só nossa.

Sim, eu quero,

quero aquele abraço,

em que você me toma por inteira,

em que me sinto nos braços do universo,

a mais segura e a mais querida,

a mais desejada;

aquele abraço que sinto teu corpo,

anunciando que me quer,

que quer senti o meu,

que nos deseja como um apenas.

Sim, eu quero,

quero aquele jeito ousado de falar,

e falar ao pé do ouvido,

como se massacrasse,

ou preparasse a presa,

deixando-me sedenta,

necessitada, precisando,

de mais... e mais.

Sim, eu quero,

quero que depois do abraço,

você me olhe,

e olhe profundamente,

como se não me decifrasse mais,

e me beijasse,

tentando arrancar de mim o segredo,

que está mais em ti que em mim,

que de tanto procurar em mim,

você não o achará.

Sim, eu quero,

que esse beijo não termine na sala,

mas na nossa cama,

com você atenuando o calor dos abraços,

com você ousadamente querendo me despir,

sabendo que por dentro, já estou despida,

despida de pudores,

só esperando que me rasgues as vestes,

que me rasgue a pele de delírios.

Sim, eu quero,

quero rasgar-te também,

quero conhecer teu corpo,

com a minha língua,

e não perder nenhuma extremidade,

arranhar tua pele suando,

suando de nossos momentos,

falas através das ações,

ações que nenhuma palavra decifraria.

Sim, eu quero,

quero que os teus gemidos,

que os meus e os nossos,

atravessem a cadência do som,

perturbem os vizinhos,

quebrem as taças na cozinha,

e nos mostrem mais desejo um pelo outro.

Sim, eu quero,

sentir o gosto de teu corpo,

que sintas o gosto do meus,

que adentre meus meios,

meus caminhos escuros e líquidos,

que me explore fisicamente,

que seja lento e selvagem,

rápido e romântico,

que seja nosso, cada vez mais intenso,

a cada respirar...

Sim, eu quero,

quero o gozo junto ao teu,

quero muito e um pouco mais,

quero você, quero a mim,

quero a nós...

quero que você me possua,

quero possuir você,

quero, quero, desejo...

Sim, eu quero,

quero muito,

quero você.

9 de ago. de 2009

Às Vezes...


Quando eu quiser ficar só, me deixe só.

Às vezes eu realmente preciso ficar comigo.

Às vezes eu preciso deixar a dor me visitar.

Às vezes eu preciso aprender sozinha.

Às vezes eu preciso sofrer.

Às vezes eu preciso sangrar.

Às vezes eu preciso pensar na morte.

Às vezes quero me sentir como se morresse.

Quando eu quiser gritar, me deixe gritar.

Às vezes eu preciso quebrar uma linda taça.

Às vezes preciso bater um papo com a tristeza.

Às vezes eu preciso aprender com as minhas dores.

Às vezes eu sentir a minha voz na garganta.

Às vezes eu preciso falar sozinha, ou com as paredes.

Às vezes eu preciso sentir a dor de tudo.

Às vezes eu quero ficar comigo, somente.

Às vezes eu preciso, às vezes...



31 de jul. de 2009

Taças De Vinho


Depois de algumas taças de vinho ela começou a intensificar o olhar sedutor e conseguiu me deixar sedento por ela. Conversávamos em seu sofá e cada um de seus olhares destilava um veneno pelo qual eu poderia morrer... Ela sabia que estava controlando meus instintos. Toda mulher sabe quando o homem está em suas mãos. Elas são cruéis, nos fazem esperar tanto pelo bote... Eu estava desesperado, até que ela deu sinal verde a meus instintos. Tomou a taça de minhas mãos e as conteve na mesinha que estava em nossa frente e eu nem havia percebido. Chegou mais perto.. e roçou sua perna na minha. Minha calça bem que poderia não estar ali. Para eu sentir aquela seda. Mas não demoraria muito para eu tocá-la, avidamente. Não me demorei e tomei-lhe um beijo, impus-lhe a mão na nuca e adorei desalinhar-lhe os cabelos. Agarrei-a mais seguramente e ela mordiscou meus lábios. Sorriu. Se entregou... olhou para o fim de um corredor e levantou me puxando pela camisa. O que ela queria?! Seria tolo para perguntar... eu estava num jogo que perderia sem problema algum. Entramos no terreno dela. No lugar onde ela sonhava. No lugar onde ela me devoraria, e eu a ela. Fechou a porta e fez charminho. Estava me deixando maluco. Sem noção. Sem chão. Eu a ataquei. Ela sussurrava-me coisas ao ouvido, eu respondia, mordia, maltratava. Ela judiou de meu corpo como nunca tinha visto antes. Mestre em tudo o que fazia. Não precisava de ordens. Mas eu a apertava. Coordenava algum de seus passos... Ela se atirava contra meu corpo e nos debatíamos numa guerra intensa de provocações, até que as preliminares acabaram e a semi-final começou de forma intensa e ardente. Ela era maravilhosa... luxuriosa, acrobata. Elástica, eu diria. Deve ter morado na Índia. Foi a melhor mulher instruída. O néctar do corpo dela aquecia meu desejo de lhe banhar de prazer. Nunca tive noite mais intensa... Deitamos para descansar quando o sol já raiava. Suor. Volúpia. Cheiro de corpo no ar. Amanhã cedo... a quero de novo.

29 de jul. de 2009

Por Outro Lado



Ele se foi e ela não poderia fazer mais nada. Sim, ele ligou para ela e marcou um encontro no qual ele disse 'adeus', sem mais nem menos. Ela não entendeu muita coisa, mas fato que aquele relacionamento já estava muito esgotado, precisando de um 'golpe de misericórdia'... Mas, ela não querida dar esse golpe, por costume. Tem momentos na vida que nos apegamos tanto a um calçado que esquecemos que 'podemos', 'devemos' e 'merecemos' trocá-lo, principalmente, quando ele nos incomoda os pés, por mais bonitinho que seja, ou simplesmente, por mais acostumado que estivermos. Ela chegou em casa desolada, a mãe tentou consolá-la, pois sabia que isso a deixaria mal, péssima, arrancando os cabelos. Mas, para a surpresa da mãe, ela cresceu. Dessa vez resolveu sentir a dor e aprender a estudar-se na dor. 'Está doendo, mas, por quê? O que vou e quero aprender com isso?' - ficava se repetindo diante do espelho. O cabelo estava longo demais... 'amanhã vou cortá-lo e pintá-lo de vermelho' - riu-se dentro de si. Percebeu-se. Por causa desse amor, agora acabado, esquecera de si mesma... e do resto do mundo... Tinha se acostumado a cuidar dele, a ligar toda hora, a saber de tudo dele. E ela? Onde estava esse tempo todo? Sofreu naquele dia, se permitiu chorar, se permitiu sofrer, mas tomou um banho frio em seguida. Deitou de uma outra forma na cama. Ligou o rádio e a música a fazia sorrir... 'Ninguém pra ligar e dizer onde estou/ Ninguém pra ir comigo onde eu vou/[...]/ Ninguém pra eu fingir que eu não amo...' ¹Sorriu e cantarolou. Mudou a forma de dormir. Ao acordar, queria levantar-se pelo 'outro lado'. Era ela quem estava alí. Era ela quem acordava de novo, depois de tanto tempo dormindo... Sofreu, não negava. Mas, amanhã, ela iria sim, acordar pelo outro lado, cortar e pintar os cabelos.


¹ Canção: Pra ninguém/ Por enquanto (Nila Branco)
Quem quiser conferir o clipe clique aqui.

22 de jul. de 2009

Entre Quatro Paredes

Ele saiu do banho e ela estava na cama.
Ele deitou. Ela tinha tomado banho alguns minutos antes.
Antes dele deitar, ela tirou os lençóis,
que escondiam seu corpo nu.
Ele sorriu. Ela sorriu. Eles se amam.
Ele caiu na cama. Ela fez charme.
E o resto, está entre quatro paredes.

18 de jul. de 2009

Brigas (versão dela)


Ele sabe o jeito certinho de me deixar de cabelo em pé. Aquele.. ah, nem falo. Não vale a pena eu me descabelar por causa daquele... ah, esquece! Ontem a noite brigamos e já viu tudo. Ele dormiu no sofá. Não gosto nem de ver a cara dele. Só por causa de uma bendita mudança na cozinha que quero fazer... e, claro, segundo ele, porque de minha parte não, um amigo meu que me ligou. Mas era só um amigo meu... não tem lógica. Ciúme besta. De quem ele tem que ter ciúme ele não tem. Morro aos risos... Aquele bobo. Mas dormir sozinha é ruim demais. Sinto falta do calor dele... por mais que seja apenas de um abraço gostoso com aquele respirar no meu pé de ouvido. Aquelas mãos buliçosas que ficam me tentando... Amo demais isso. As pernas entrelaçadas... o beijinho de boa noite que termina em muitos outro beijinhos... A briga só serve para perceber que o quero muito e quero e quero e quero... Mas, será que ele também sente isso por mim?!

Brigas (versão dele)

Minhas costas estão doloridas, só por causa daquela... ah, esquece. O amiguinho dela liga e ela ainda quer que eu sirva suco pro marmanjo... Me poupe. E ela acha que é só a questão da cozinha. Não tem muita relação. Só estou com preguiça, acabo de chegar do trabalho cansado e ela acha de me dá mais trabalho? Eu não sou de ferro. Ela acha o que? Seria tão bom que quando eu chegasse ela me desse massagens e fizesse carinho... Mas sei que ela também está cansada. Mas às vezes não faz mal algum... Da próxima vez compro um sofá mais confortável. Agora, meu amigo, vou te contar... até o sofá tem o cheiro dela. Incrível. A casa cheira a ela. Fiquei pensando nisso a noite toda. Não dormi direito. Amo o cheiro dos cabelos dela... Do corpo dela. Quando ela toma banho e vem toda cheirosinha para cama... Como resistir? Ela ainda faz charme... diz que eu desalinho os cabelos dela, tenho certeza que ela adora! Preciso comprar flores e admitir que ela sempre tem razão. Como sempre. Seja lá o que for... sou apaixonado por ela, e decidir amar ela durante a minha vida inteira. Mas... será que ela pensa isso de mim?!

15 de jul. de 2009

Toca-Me...


Toca-me como se o amanhã não chegasse...
e como se eu fosse ter meu último suspiro agora.

Toca-me como se não houvesse mais um eu,
depois que a rubra noite se fizer dia.

Toca-me e arranca de mim o eu lascivo,
escondido nas ruas e caminhos do meu ser.

Toca-me e deixe teu rastro,
como o sol que se impõe,
depois de desvirginar o dia na madrugada.

Toca-me, toca-me, toca-me.
Pois amanhã posso não deleitar-me mais perto de ti.

Toca-me e sustenta-me em teus braços,
como se ontem não o tivesse feito,
como se quisesse matar as saudades.

Toca-me e me faça luz, sol e calor.
Calor que reveste a camada da pele,
a qual produz suor..

Toca-me como se não me tivesse amanhã,
como se minhas horas nos escapasse das mãos.

Toca-me com instinto,
sinta meu cheiro e não se limite ao agir.

Toca-me, toca-me, toca-me,
como se amanhã eu não tivesse mais você,
nem você a mim...


7 de jul. de 2009

Temo por mim, por ti, por nós..




Acordastes de um sonho lindo.
Mas descobristes que era apenas sonho,
Olhei em teus olhos.
Mas não te achei.
Por mais que eu os procurasse.
Não era os meus que eles buscavam.
Como são assim tuas mãos.
Que não mais me buscam.
E não buscam já faz algum tempo.
Mas eu continuo aqui.
Procurando pertencer-te.
Mas temo que não vês e não verás.
Temo por ti, por mim, por nós.
Talvez busques a mim.
Mas não olha-me, então como vês?
Temo por mim.
Talvez um dia me perceba.
Mas eu, talvez não esteja mais aqui...


4 de jul. de 2009

Primeiro Beijo (versões)



Versão dela...

Estávamos a um tempo querendo um dia só para nós dois. Vínhamos conversando faz um tempo.. mas entre amigos.. saidinhas, nada demais. Mas ele era tímido. Pelo menos na vista, sabe? Ficava quietinho e falava comigo tão carinhosamente que resolvi dá o primeiro passo. Liguei pra ele numa bela tarde e marcamos um encontro. Ele era um fofo. Suava frio, falava baixo. Um lord, enfim. Conversamos bastante e eu resolvi não sair dali sem aquele beijo. Também estava nervosa. O romance surge quando não conseguimos mais passar muitos minutos sem pensar no outro e eu já estava assim. Segurei as mãos dele com todas as partes do corpo tremendo e em pânico.. olhei nos olhos dele e, enfim, o beijei. E ele correspondeu... e..


Versão dele...


Ela é a coisa mais linda que já vi. Sabe aquela mulher menina que quando você encontra você sente algo diferente? Sente que ela será o que ela quiser e que ela pode ser o que ela quiser dentro da sua vida... Eu queria qualquer tipo de relação com ela.. seja de amizade ou de servidão. Existem mulheres que existem para te deixar de uma forma que você não consegue nem definir. Como eu agora. Saíamos com os amigos.. mas sempre desejei tê-la ao menos um instante perto de mim, somente eu e ela. Ela me ligou. Saímos. Ela pegou minhas mãos e... me levou ao paraíso. Senti de tudo.. dores em tudo.. falta de ar.. e tantas outras coisas.. mas, só posso dizer que o nosso primeiro beijo foi inesquecível...Aquele sorriso, aquela boca...

30 de jun. de 2009

Mulher


Nascimento.
Choro.
Menina.
Maria.
Boneca.
Carinho.
Roupinha cor-de-rosa.
Menstruação.
Bolsa.
Espelho.
Diário.
Pente.
Brilho labial.
Decote.
Sorriso.
Saia.
Piscada.
Paquera.
Namorado.
Flores.
Beijinhos.
Meia-noite.
Pais.
Filhos.
Casa.
Marido.
Nascimento.
Choro.
Menina.
Começa tudo outra vez...

29 de jun. de 2009

Contos da Carochinha


Numa noite gostosa de inverno a avó senta seus netos perto de uma lareira e começa a lhes contar uma história...: Num tempo distante, em que as lendas eram respeitadas, uma moça pobre se apaixonou por um jovem nobre. Ele era filho de uma mulher que possuía grandes poderes mágicos e não saía muito a passeios, nas raras vezes, passeava pelo bosque e caçava animais. Nada mais. Ela queria muito conhecê-lo, mas ficava só a observá-lo nas suas poucas saídas. Um certo dia, ele caiu do cavalo e a moça prontamente o ajudou. Eles se entreolharam e a mãe veio a cavalo ajudar o filho desdenhando da moça. Ele ficou alguns instantes a admirá-la. Mas não adiantava. A mãe não o queria com nenhuma moça. A mãe que era quase tida por bruxa na cidade olhou para moça a enxotando e falando através do olhar que ele não queria mais vê-la. Passados alguns dias o jovem ficava a pensar na moça e a sua mãe ficava com ódio cada vez que via o filho pensando... pensando... na moça. O filho saía no bosque querendo vê-la, mas ela tinha medo de se mostrar. Mas estava sempre por vê-lo... saudosa quando os dias eram frios demais para os passeios daquele que vivia em seus pensamentos. A mãe, chateada com a situação, começou a observar a moça pelo bosque. E, num certo dia, pegou a moça a catar frutas caídas das árvores e a observar os caminhos por onde seu filho passava. Olhou para a moça que logo amedrontou-se e num feitiço transformou a moça numa árvore. No dia seguinte, a mãe resolveu passear com seu filho a cavalo e mostrar-lhe a sua obra prima para desiludir o rapaz. Quando ele olhou sua amada em forma de árvore caiu em choro e numa tristeza profunda. Poucos dias depois morreu de desgosto e sua mãe ficou atônita. Se enfurnou em seu castelo e nunca mais saiu. Quando ela terminou a história os meninos foram dormir. Na manhã seguinte, passeando pela casa da avó os meninos viram a árvore e ficaram atônitos... E tem gente que ainda acha que lendas não podem ser verdade...

21 de jun. de 2009

Mulher Fêmea


Eu sou mulher e, dentro de mim,
tenho muitas outras.
Multifacetada, polissêmica e, além de tudo,
plurissignificativa.



Quando me cabe, sou santa,
recebo ordens e, pelo sistema, as cumpro.
Falo baixo, sorrio com delicadeza,
peço desculpas, por favor, com licença.


Quando vira noite,
minha pele não mais me cabe.
Nem sou santa, nem peço por favor.
Quando vira noite sou mulher fêmea,
sou mulher sedenta, mas não puta.


Meu corpo arde em chamas,
mas é de um só.
Não me abro a muitas entradas.
A passagem é livre,
mas não escancarada.


Quando cai a noite,
não recebo ordens, negocio.
Delicadeza, só quando convém,
ou quando é fetiche dele.


Não preciso falar baixo.
Eu grito, suspiro e grito novamente.
Ele gosta... sorri safado, ele adora.

Adentro o quarto dele,
fora de hora, menina veneno,
era mesmo assim?


Ele me olha, sorriso no rosto,
de quem sabe, quem sabe de mim,
da mulher fêmea,
da vontade, do desejo,
da procura, da lascívia.


Ele é ótimo, me toma pelos braços,
vira, revira e vira de novo.
Se embrenha pelos meus meios,
pelos meios de minhas pernas,
e me morde, me lambe, me molha.
E entra, e sai. e me faz mais fêmea,
mais fêmea e mais mulher.


Ele é ótimo, homem levado.
Homem, homem e macho.
E bem me satisfaz,
assim como satisfaço eu, a ele.

Ao rasgar do sol, imbricados acordamos.

O dia vem, sou santa,
porque me cabe, porque é lei.
Mas a noite voltarei eu,
para ele, não santa,
nem puta, mas, mulher.

Multifacetada, polissêmica, e além de tudo,
plurissignificativa.
Assim me sou, assim eu faço.
Sou mulher, mulher fêmea.
Nem santa, nem puta.
Apenas mulher.

12 de jun. de 2009

Ardência


Hoje vou ao teu quarto, à noite,
prepare-se, pois não estou brincando,
quero-te intensa e imensamente.

Te olho faz tempo, e já perceberdes,
fico à espreita, estudando cada uma de tuas ações.
Aguarde, saberás por que me chamam de Fêmea.

Não me detenha, e não sorria sádico, obedeça,
farei de ti um homem por inteiro,
mas não me ligue no dia seguinte,
se eu desejar, voltarei.

Alisa-me como eu quero, e beija-me,
dos pés a cabeça, da forma que desejo, salivante.
Não estou a lhe pedir ardência, lembre-se sempre,
estou a vos dar a oportunidade de sentir prazer.

Prazer ao meu modo, a minha maneira.
Tocarei teu corpo e te arranharei,
quero que me lembre no dia seguinte,
que clame por meu cheiro de novo.

Quero que me lembre e que arranhe-se de raiva,
por não me ter acariciando-te e te deixando rígido.
Quero que enlouqueça lembrando que eu te marquei,
de batom, e não foi somente em sua boca.

Quero ver-te tremer e sussurrar meu nome,
gritá-lo aos ventos que adentrarem o quarto,
que mesmo fortes, não esfriarão o furacão de nós dois.

Tempestuosa dar-te-ei meu néctar mais líquido,
ardorosos beijos e carícias de ardor. Amor, nunca.
Não me ame, nem permita-se pensar em prender-me.
Quero calor, ardor, ardência.

Quero me deter nos teus saborosos abraços,
depois que o sol iluminar o quarto
e tornar claro nossos corpos ardentes.

Não pergunte meu nome, sou apenas Fêmea,
não me procure, retorno a dizer.
Se eu precisar volto a ti, mas somente se eu assim achar melhor,
somente se eu quiser, somente se eu desejar.
Por enquanto, aviso, estarei no teu quarto hoje à noite.

11 de jun. de 2009

Carta De Adeus

Meu amor,

Ontem um anjo veio me visitar. Disse-me que estava marcada a minha hora, que era no dia seguinte, à noite, enquanto eu estivesse a dormir. Implorei para ter mais tempo, para que pudesse somente contemplá-la em teu acordar, mas, depois retruquei, pois seria péssimo saber que chorou por mim. Não quero que chores, porque eu fui feliz. Conheci a melhor das mulheres para mim. A mais furtiva e a mais compreensiva. Resolvi escrever-te essa carta para que soubesse que eu te amo muito. E, também, para dizer que acredito que estarei ao teu lado, em espírito. Queria dizer que esse nosso dia de hoje foi lindo para mim. Planejei tudo dentro do tempo suficiente para dormir o mais tarde possível. Preparei tudo para que você me sentisse em todos os meus sentidos. Quero muito que lembre de mim. Mas que me lembre sempre feliz, pois, retorno a dizer, eu fui feliz, e mais feliz depois que te conheci. Não te prendo a vida... Podes vivê-la como queiras. Podes até arrumar outro, sei que não vou gostar muito da idéia, mas, enfim, tu és tão linda, e sejamos sinceros, e muito ardorosa, não parará só, nem se querer. Só tenho raiva dos beijos que não te dei, dos atrasos e dos minutos sem ti. Quando me vê morto, não me olhes como um coitado, mas como o homem que sempre te amou. Não esqueça de regar os lírios, para que sejam as flores mais belas sobre a nossa mesa. Lembre de trocar a fechadura do quartinho de entulho, sozinha, será melhor se assegurar da proteção da casa. Não durma sem antes verificar todas as portas, não estarei mais contigo para vê-las, sim?! Minha doce amada, te amo muito, por favor, não chores por me ler assim... só escrevi pra ficar mais um tempo contigo mesmo depois de meu corpo está sumindo da humanidade...
Do para sempre seu...!

7 de jun. de 2009

Um Dia Só


Preciso de um dia só,

para jogar fora as coisas antigas,

para estudar mais a minha vida,

para esquecer do que nunca esqueci.


Preciso de um dia só,

sem você ao meu lado,

tentando me fazer acreditar que sou mais,

do que verdadeiramente sou.


Preciso de um dia só,

sem elogios, sem demagogia,

sem aplausos, sem cobranças.


Preciso de um dia só,

para lembrar como sou,

para lembrar do meu rosto,

para entrar em contato comigo,

sem precisar limitar essa conversa íntima.


Preciso de um dia só,

e ter a certeza que estou só.

Desligarei o telefone,

e não atenderei o portão.


Preciso de um dia só,

só, sem televisão.

só, sem rádio,

só, sem jornal,

só na solidão.


Preciso de um dia só,

apagar lembranças,

usar meu tempero,

fazer minha própria comida.


Preciso de um só,

para arrumar a casa,

tirar as teias do armário,

estancar as feridas.


Preciso de um dia só,

para saber o que é solidão.


Preciso de um dia só,

e avaliar,

se tem o mesmo sentido,

de estar ao teu lado.


Preciso de um dia só,

só, só e unicamente só,

para ter a certeza,

de que quando estou contigo,

não estou sozinha.

2 de jun. de 2009

Menstruação


Eu sangro.
Sinto em meus meios
o calor da vida,
não fecundada.
Eu sangro,
e antes disso sinto raiva.
Um turbilhão de coisas
se passam todas,
ao mesmo tempo,
na minha cabeça,
nos meus braços,
no meu ventre,
nas pernas,
em todos os cantos.
Eu sangro,
e o homem não entende,
dá raiva dele também.
Dá raiva de tudo, enfim.
Não fale comigo.
Estou sensível,
agora estou mais mulher,
mulher no extremo.
Eu sangro,
e tenho dores,
dores só minhas,
dores de mulher,
vontades de mulher,
só minhas.
Eu sangro,
e o que me faz sangrar é vida.
Sinto dor,
o roer da vida não vivida saindo.
Não fede nem cheira, ou fede?
Não quero o que não quero e pronto.
E, do nada, estou sozinha,
mesmo com você do meu lado.
Eu quero sentir-me só, melancolia,
pois o sangue está indo embora,
manda lembranças,
e avisa que virá no mês seguinte.
Eu sangro,
da minha fenda, sai vida, não fecundada,
não vivida.

30 de mai. de 2009

A Menina Sem Sorriso



A mãe saiu para trabalhar.

Ela brincava de boneca sorrindo.

Ela tinha 9 anos, que fez no sábado.

Ele tinha 47, que fez a uns 4 meses atrás.

Ela brincava de boneca sempre na varanda, sozinha.

A empregada estava doente.

Ele teve de ficar com ela.

Ele puxou a menina pelo braço.

Ela gritou.

Ele a levou para o quarto.

O quarto estava escuro.

Ele tirou a face sorridente dela.

Ela não estava sorrindo.

Ela estava chorando.

Ela sangrou.

Ela gritou.

Ele tinha cara de malvado, dizia sempre a mãe.

A vizinha chamou a polícia.

A polícia entrou na casa.

Ele foi preso.

A menina chorava.

A vizinha consolava.

A mãe chegou do trabalho.