27 de ago. de 2009

Mais Que Amigos ou Faltando Pouco Para Acontecer


Eles já se conhecem faz tempo. Diziam todos os dias que eram os melhores amigos um do outro. Ele sabia o que ela mais gostava em relação a comidas. Ela sabia o que ele detestava em relação a mulheres. Ele sabia qual era o perfume preferido dela. Ela sabia qual era a praia predileta dele. Ele sabia qual o ponto fraco dela. Ela sabia o que o tornava mais forte. A família de ambos já sabiam que eles foram feitos um para o outro. Os amigos comentavam. A cada segundo eles sentiam, definitivamente, eram mais que amigos. Ele chegou do trabalho. Ela sabia que ele tinha chegado; mandou uma mensagem pro celular dele comentando de um filme estreando no cinema. Ele respondeu convidando-a para assistir. Ela sorriu. Ela respondeu. Ele leu, sorriu e foi tomar banho. Depois do banho, ele deitou na cama; pensou nela. Ela estava pensando nele. Cinema: os dois chegaram meia hora mais cedo. Eles ficaram vermelhos. O filme começou; meia hora de filme... Eles estavam estáticos. O pensamento não estava no filme. De repente, ele pega a mão dela... e põe uma balinha de morango. Ela ri. Ele ri. Está na cara que aquele filme estava sobrando. Saíram os dois de lá. O fim do filme?! Ah, deixa pra lá... Na pracinha eles se olharam. O ar não cabia nos pulmões. Os amigos chegaram. Começaram a conversar. Não se perceberam demais. E, naquela noite, ele levou ela em casa, sabendo os dois que estava faltando pouco para acontecer...

25 de ago. de 2009

Rotina


Acordar,
higienizar,
comer,
trabalhar,
trabalhar...
Voltar,
tomar banho,
comer,
assistir,
dormir.

Deus me livre disso..
Quero amar!

14 de ago. de 2009

Sim, Eu Quero



Sim, eu quero,

quero aquele olhar seu,

penetrante,

me olhando como se me conhecesse.

Sim, eu quero,

quero que me ligue,

que me procure,

que me deseje,

que me ame, que me dê prazer.

Sim, eu quero,

quero que me tome pela mão,

beije-a e diga que são lisas,

que são seda pura,

que são macias e gostosas,

com aquele sorriso no canto dos lábios,

aquela coisa de safado,

aquela coisa só sua,

ou só nossa.

Sim, eu quero,

quero aquele abraço,

em que você me toma por inteira,

em que me sinto nos braços do universo,

a mais segura e a mais querida,

a mais desejada;

aquele abraço que sinto teu corpo,

anunciando que me quer,

que quer senti o meu,

que nos deseja como um apenas.

Sim, eu quero,

quero aquele jeito ousado de falar,

e falar ao pé do ouvido,

como se massacrasse,

ou preparasse a presa,

deixando-me sedenta,

necessitada, precisando,

de mais... e mais.

Sim, eu quero,

quero que depois do abraço,

você me olhe,

e olhe profundamente,

como se não me decifrasse mais,

e me beijasse,

tentando arrancar de mim o segredo,

que está mais em ti que em mim,

que de tanto procurar em mim,

você não o achará.

Sim, eu quero,

que esse beijo não termine na sala,

mas na nossa cama,

com você atenuando o calor dos abraços,

com você ousadamente querendo me despir,

sabendo que por dentro, já estou despida,

despida de pudores,

só esperando que me rasgues as vestes,

que me rasgue a pele de delírios.

Sim, eu quero,

quero rasgar-te também,

quero conhecer teu corpo,

com a minha língua,

e não perder nenhuma extremidade,

arranhar tua pele suando,

suando de nossos momentos,

falas através das ações,

ações que nenhuma palavra decifraria.

Sim, eu quero,

quero que os teus gemidos,

que os meus e os nossos,

atravessem a cadência do som,

perturbem os vizinhos,

quebrem as taças na cozinha,

e nos mostrem mais desejo um pelo outro.

Sim, eu quero,

sentir o gosto de teu corpo,

que sintas o gosto do meus,

que adentre meus meios,

meus caminhos escuros e líquidos,

que me explore fisicamente,

que seja lento e selvagem,

rápido e romântico,

que seja nosso, cada vez mais intenso,

a cada respirar...

Sim, eu quero,

quero o gozo junto ao teu,

quero muito e um pouco mais,

quero você, quero a mim,

quero a nós...

quero que você me possua,

quero possuir você,

quero, quero, desejo...

Sim, eu quero,

quero muito,

quero você.

9 de ago. de 2009

Às Vezes...


Quando eu quiser ficar só, me deixe só.

Às vezes eu realmente preciso ficar comigo.

Às vezes eu preciso deixar a dor me visitar.

Às vezes eu preciso aprender sozinha.

Às vezes eu preciso sofrer.

Às vezes eu preciso sangrar.

Às vezes eu preciso pensar na morte.

Às vezes quero me sentir como se morresse.

Quando eu quiser gritar, me deixe gritar.

Às vezes eu preciso quebrar uma linda taça.

Às vezes preciso bater um papo com a tristeza.

Às vezes eu preciso aprender com as minhas dores.

Às vezes eu sentir a minha voz na garganta.

Às vezes eu preciso falar sozinha, ou com as paredes.

Às vezes eu preciso sentir a dor de tudo.

Às vezes eu quero ficar comigo, somente.

Às vezes eu preciso, às vezes...